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quarta-feira, 13 de abril de 2011

VideoGame

Estamos em 1990, e os gamemaníacos brasileiros começam a descobrir os vídeo games de 8 bits, representados por duas grandes empresas japonesas: Sega e Nintendo. A Sega foi representada no Brasil pela Tec Toy, que lançou o Master System com uma maciça campanha publicitária. Já a Nintendo não tinha representante oficial, mas sua tecnologia foi apresentada aos brasileiros por empresas que lançaram consoles compatíveis com o NES, como a Dynacom (Dynavision), Gradiente (Phantom System), Dismac (Bit System), CCE (Top Game), Milmar (Hi-Top Game), e
ntre outras.

Nesta época, havia apenas uma publicação voltada para este segmento: a revista A Semana em Ação, que contava com um suplemento de games (que mais tarde se tornaria a Ação Games). Como o mercado era promissor, a editora Sigla, também resolveu lançar um suplemento de games em sua já conhecida revista Video News. O suplemento chegou às bancas em dezembro de 1990 com o nome Video News Game (que mais tarde, se tornaria a VideoGame).

Não foi fácil fazer a primeira edição da revista. Como não existiam muitas publicações do ramo, seu target era desconhecido. Apesar do risco, editores, colaboradores e repórteres reuniram quatro consoles (NES, Master, Mega e Atari) e começaram a jogar. Só que a equipe ainda era pequena e era difícil conseguir boas dicas (tempos sem internet). Pelo menos com os jogos Sega, era só apelar pra Hot Line Tec Toy, que desde o lançamento do Master dava dicas quentes por telefone.

Mas a revista precisava de feras em games Nintendo. Em uma locadora em São Pa
ulo, Mario Fittipaldi, da equipe de Video News Game, colhia dicas com o pessoal de balcão. Foi quando ele conheceu Toni Ricardo Cavalheiro, que se intrometeu na conversa para corrigir uma dica. Fittipaldi viu potencial no garoto e o convidou para trabalhar na revista. Toni se superou, revelando seu potencial de terminar jogos complexos em poucas horas. Com todo a material reunido era hora de ir para as bancas.

O Lançamento

A revista chegou às bancas e esgotou rapidamente. A aceitação foi unânime. Para atender à todos os gamemaníacos, a revista foi relançada em março de 1991, devido à demanda de interessados. E a Vídeo Game voltou às bancas em fevereiro de 91, com sua segunda edição. E à partir da número 3, passou a ter periodicidade mensal, libertando-se da Vídeo News.
A VídeoGame era famosa por separar os consoles em páginas coloridas e organizar as fotos de modo que parececem uma estória em quadrinhos. Ela também foi a primeira a montar mapas de jogos, o que possibilitou a primeira edição totalmente mapeada, com o jogo Alex Kidd in Miracle World, do Master System. Logo após, outra edição mapeada, com o jogo Super Mario Bros. 3, para NES. Esta última revista levou o selo da Nintendo, sendo reconhecida como produto ofical “Seal of Quality”.

Ela também cobriu eventos importantes, como o Primeiro Videogame Shopping Festival, em São Paulo, onde Toni foi vencedor do campeonato. A pedido dos leitores, foram criadas as seções de cartas, de dicas dos leitores e de classificados. Juntamente com a evolução dos games, novos consoles passaram a integrar as páginas da revista, como PC Engine, Game Boy, Game Gear e o fenômeno Super Famicom (SNES americano), a sensação do ano de 1991.
Claro, grandes jogos como Bart VS Space Mutants, Sonic, Ninja Gaiden, Fantasia e F-Zero tiveram destaque especial. Ao final do primeiro ano da revista, a equipe já estava formada: Roberto Araújo (redator chefe), Mario Fittipaldi (editor), Toni Ricardo Cavalheiro (supervisor de jogos), Noberto Marques e Daumer de Giuli (fotógrafos), Thiago Lopes Mello, Léo Varella e Luiz Carlos Mazzaferro Jr (pilotos), Sílvia Szarf, Jô Elias e Alexandre Barros da Silva (repórteres), fora toda a equipe técnica (que envolve arte, produção, marketing, etc).

Pena ela não ter chegado a detonar um Final Fantasy 7 ou um Resident 2, mais entrou pra história dos games brasileiros como principal veículo de informação de uma era sem internet. ONDE ELES ESTÃO? Após a dissolução da revista, cada um foi para um canto. Sabe-se que dois deles continuam no ramo. Roberto Araújo, até onde eu sei, foi redator chefe da revista Dicas e Truques para PlayStation, da editora Europa, que chegou às bancas em 1999. Toni Ricardo Cavalheiro passou a integrar a equipe da revista CD ROM Expert, da mesma editora.

E pôde reviver sua época de ouro como piloto de games, quando foi convidado pela Dicas & Truques para testar o PlayStation 2, em 2000. Um convite mais do que justo, para quem passou a década de 90 bitolando controles de diversos outros consoles.


Conheci essa revista quando um dia minha mãe perguntou qual revista eu queria na banca.. olhei a capa do mario e achei legal.. era a edição nº1... Nunca mais fui o mesmo.... uhuahauha